quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quem vem para o jantar? #9

"Quem vem para o jantar?" é a coluna mensal do Além da Contracapa em que um jantar fictício se torna a ocasião em que personagens e autores interagem em encontros inusitados. 

O jantar desse mês conta com uma dupla de insuperáveis, cada um mestre em sua área de atuação. E essa é a primeira vez que se encontram.

O primeiro convidado da noite é o mais adorável de todos os criminosos. O astuto, audacioso e cavalheiresco Arsène Lupin. O ladrão dos mil nomes, das mil faces e mil peripécias. Imagine que convidado maravilhoso para qualquer jantar: alguém que sempre tem uma história interessante e divertida para contar, baseada nas suas inúmeras aventuras. Lupin é um personagem fantástico e o que o faz ser extremamente cativante é o perfeito equilíbrio que há entre seus dois polos. Ele é um criminoso, mas é um criminoso bonzinho e esperto a ponto de ninguém ser capaz de pegá-lo. Ninguém, do lado da lei, é capaz de capturar Arsène Lupin. Ninguém, exceto o melhor detetive do mundo. O perfeccionista, baixinho, de cabelos escuros, olhos verdes e cabeça em formato de ovo Hercule Poirot.

Poirot já esteve presente no primeiro de nossos jantares, em companhia igualmente interessante, e está de volta porque somente ele e suas células cinzentas seriam páreo para o ladrão de casaca. Não bastasse isso, o encontro de Lupin e Poirot seria, sem dúvida, lendário. Afinal, não apenas os dois são extremamente inteligentes e cheios de artifícios para vencerem seus oponentes, mas ambos tem egos enormes e estão cientes de que são praticamente infalíveis. Qualquer um dos dois adoraria a oportunidade de se deparar com um adversário a sua altura.

Hercule Poirot já divagou a respeito de como seria caso ele usasse suas células cinzentas para cometer crimes ao invés de solucioná-los. Na certa seria um grande criminoso e muitíssimo bem sucedido, visto que o único detetive capaz de capturá-lo seria ele mesmo. Eu me delicio com as aventuras de Agatha Christie e conheço Poirot há treze anos. Há poucos meses, ao ler pela primeira vez uma obra de Maurice Leblanc e conhecer Lupin, tive certeza: se Hercule Poirot fosse criminoso, ele, na certa, seria Arsène Lupin.

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