sábado, 30 de novembro de 2013

RESENHA: Morto Até o Anoitecer

“A teoria politicamente correta — a que era apoiada publicamente pelos próprios vampiros — sustentava que este homem era vítima de um vírus que o deixou aparentemente morto por alguns dias e depois alérgico a luz do sol, prata e alho. Os detalhes dependiam de qual jornal você lia.” (HARRIS, 2009, p. 2 – tradução livre).

***

A tradução da expressão guilty pleasure seria algo como prazer com culpa. Em outras palavras, ao mesmo tempo em que você gosta de algo, você sente uma pontada de culpa por gostar. Devo admitir que a minha experiência com Morto até o Anoitecer foi um guilty pleasure do início ao fim.

Como já disse, nunca gostei da temática vampiresca, porém, quando descobri que a série True Blood (inspirada na série As Crônicas de Sookie Stakehouse) misturava fantasia com suspense policial, fiquei com uma ponta de curiosidade para saber qual seria o resultado. E foi apenas Morto Até o Anoitecer que quebrou meu preconceito com estes seres tão misteriosos. 

Sookie Stakehouse é uma garçonete na cidade interiorana de Bon Temps que tem a habilidade de ouvir pensamentos alheios ou perceber suas emoções. Porém, ela se esforça ao máximo para não sentir, ouvir ou invadir a mente alheia, até que uma série de homicídios assustam a pequena cidade, fazendo com que Sookie use de seus poderes para investigar os crimes. 

Antes de tudo, preciso aplaudir Harris por sua criatividade. Em seu mundo, os vampiros “saíram do caixão” e assumem publicamente sua existência após cientistas terem desenvolvido o sangue sintético, e agora lutam para terem reconhecidos seus direitos civis. Apesar das inovações, Harris se mantém fiel a figura mais tradicional de um vampiro.

Sookie, possuidora de um dom tão incontrolável e causador de inúmeros problemas, poderia ser uma protagonista amargurada que reclama sobre seu infortúnio o tempo todo. Felizmente, ela limita-se a aceitar a telepatia, lidando da melhor maneira possível, e geralmente mantendo o bom humor.

O envolvimento entre Sookie e o vampiro Bill, apesar de ser óbvio desde o início, não deixou de ser verossímil, não soando forçado em momento algum. Apesar de não caracterizar Morto Até o Anoitecer como um livro hot, esteja preparado para algumas cenas mais "calientes", de modo que não recomendo a obra para menores de dezoito anos. 

A resolução para os assassinatos é surpreendente e inesperada, porém, sem deixar de lado uma motivação plausível e coerente com o desenvolver da trama. Não é por menos que a obra foi uma das candidatas na categoria Melhor Romance de 2001 do Agatha Award, prêmio destinado a escritores de mistério que escrevem no mesmo estilo da Dama do Crime.

Com uma narrativa envolvente e personagens carismáticos, Charlaine Harris comprova que é possível misturar sobrenatural, suspense e romance em um livro de tirar o fôlego, estreando a saga com o pé direito. 

Dados da edição brasileira
Título: Morto Até o Anoitecer - As Crônicas de Sookie Stakhouse 
Autora: Charlaine Harris
N.º de páginas: 316
Editora: Ediouro 

7 comentários:

Adriana disse...

Embora a temática de vampiros já esteja um pouco batida e faz um tempo que não leio livros assim, gostei muito da resenha, é uma historia bem diferente, já que os vampiros vivem juntamente com os humanos após a criação desse tal sangue sintético, realmente a autora tem uma criatividade incrível, e somando a isso personagens cativantes e narrativa envolvente, com certeza uma excelente leitura sobrenatural! Ótima resenha, como sempre alias, bjão! :)
Adriana

Nardonio disse...

Primeiro conheci a série televisiva, pra depois saber que ela tinha sido originada de uma obra literária. Confesso que, desde "Crepúsculo", passei a não me interessar tanto por vampiros. Já no caso desse, o que me chamou a atenção foi esse toque de suspense policial. Se tiver oportunidade, darei uma chance.

Seguidro: DomDom Almeida
@_Dom_Dom

Gabriela CZ disse...

Também estava cansada de vampiros e afins, mas o livro que quebrou meu preconceito foi "Alma?". Gostei da resenha, mas apesar de ver muitos elogios tanto ao livros quanto a série de TV eu não me sinto instigada a acompanha-los.

Abraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

Samuka Rodrigues disse...

Mais uma vez apelando pra vampiros, hein? Já está me incomodando um pouco, já é um assunto que não me atrai, e já está ficando repetitivo demais. Um livro que não me atrai.

Kel Araujo disse...

Oiee, tudo bem?

eu gostei dessa capa e curto livros de vampiros, mas muitos livros acabam ligando os vampiros a uma pegada mais hot e ai eu já perco a vontade de ler. Esse livro parece ser bem interessante. Confesso que não conhecia, mas o enredo parece ser bem envolvente.

beijos
Kel
www.porumaboaleitura.com.br

Anônimo disse...

Nossa adorei conhecer esta historia e o livro, sou uma grande fã de vampiros e este livro chamou bastante minha atenção!!

Lucas Kammer Orsi disse...

Ale, tudo bom?

Já li Vampiros em Dallas e Visão do Além, da autora e não curti. Não gostei da narrativa da autora, tampouco da maneira com que ela trabalho a temática. Tenho certa vontade de assistir True Blood, mas não sei quando ainda. Se surgir a oportunidade de ler os outros livros, talvez eu leria.

Abraço,
Lucas
ondeviveafantasia.blogspot.com.br

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